quinta-feira, 28 de maio de 2009

Le temps
Penso no tempo como o que nos tatua de nós mesmos e inventa peles.

domingo, 24 de maio de 2009

Trancafios


Quero escrever um ato vazio. Janela esfaqueada no peito pra um sol de ébano. Peito-correnteza, peito do leite doce dos silêncios. Coração ternura triste, arrastando vazio por todo o corpo. Nenhum dique de luz. Jorragem. Travessia de escuros. Viver é desanúncio. Escuro é templo. Me escondo numa poça recôndita, numa víscera até pra mim longínqua, tranço tranças de escuridões elásticas, me amamento no arrepio dos nadas. Colho no vago o comer das minhas esfinges. Não quero resposta. Quero um caldo que me venha da angústia, que me abençoe as fissuras, me apascente os desfiladeiros. Quero hoje ensolarar-me de ser só.