quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Amor meu
Escrevo de olhos fechados
mas eles se entrecruzam no meu cerne
e deito-me sob a minha própria torrente
ávida e saciada, deleito-me em meu próprio néctar
amamento-me de mim
meu leite craveja-me fresco, feito onda de mar: sou-me nutriz
Minha suavidade me afaga o rosto, brisa rósea como mamilos tenros
no escuro de meu eu, me envolvo em pétalas novas e me desvirgino ao sol
sou o inconcluso que a luz descerra no vagar crescente e delicado de viver
minha fome também me sacia
e sou a gratidão comovida de si mesma
a aleluia emocionada com os além-luas...
Sou somente o palco em que a universidade brinca, dentro e fora de mim
sou mais que o labirinto de espelhos em que ela brinca de se achar bela?
espelhos são testemunhas privilegiadas
enlaço-me, sou meu abraço e meus poros se enternecem no êxtase de beijarem-se
essa transpiração me pertence, meu amor me pertence
me pertence grande como a vontade de dar-me a ti

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