quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Me amor
Eu vou para o meu fundo tomar sol. Não aguento ficar engavetada à luz do dia dos homens. Quero um sol de poema. Que vontade eu tenho de viver. Volito desejos num céu de acaso. Deixo que me caiam na face flocos de devir. Abro asas e sortilégios numa amplidão de esmo.
Preciso aprender com a arquitetura eflúvea das nuvens, é macio que deito sobre elas o meu olhar. Essas distraídas transeuntes do céu. Passeiam brancas a sua elegância de ar, noivas de ar, caminhos de chuva. Quero aprender a beijar intempéries, a me inscrever numa essência vindoura, quero passar pelo tempo e nele deixar saudades. Aninhar-me na cadência dos meus passos, eu transeunte de mim, eu nuvem de mim. Caminho porque estou comigo e amo o meu passo. Sou serva de minha história. Serva de minha propulsão. Serva de meu Maior.

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