sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Capitalismo I
Queres mesmo recolher-te à inanição do teu cativeiro de posses? Tu chamas de sol o teu privativo abajour? És mesmo este servilismo a esta obscena maquiagem de codinome vida? Cosmética, apoteótica, patética, cáustica, estética, estóica, ética, elegante, pungente, cósmica, tua, sã?
Não corre atrás dos teus sonhos como te aconselham os demônios neoliberas, tu terminarás fatigado e vazio. São mesmo teus os teus sonhos ou tu te prostituis do sono de outros sem que percebas? Não são postiços os teus olhos? Sê teu sonho e teu poro. Navega o cerne cristalino e pulsátil dos teus anelos. Bebe das tuas utopias nossas. Nós que somos feitos de busca. Nós, rios sem foz. Cada vez mais minha humanidade me acomete e já sou um caso perdido. Oxalá eu sempre me perca porque o lugar em que disseram que eu me encontraria era estreito e sem sol, e eu sou sempre-viva. Por isso é que me perco, e, assim, vou aprendendo a voltar para casa.

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