Poema para Cibelle
Tire da bolsa retalhos de acaso
Borde lantejoulas, perfume com alfazema
Jogue do telhado nacos de poema
Como quem alimenta pombos e pessoas
Tire da bolsa noites risonhas, luares largados
Deixe o tempo ornar de tempo
O amor dos amigos, o sem-ar dos namorados
Sopre na modorra do vento mechas longas de palavras despenteadas
Dessas que se escondem quando a gente não cabe em tudo que sente
(Falei pra não por peso na palavra que ela rasga
palavra é mesmo bobagem, palavra rasga à toa)
Tire da bolsa gestos morenos, afagos de canela
Dance com os olhos magias castanhas
Desfile rubores, vestidos, quenturas
Tire da bolsa a poesia mais bela
Tire a vida que inventa, a menina que tenta
Que a noite já vestiu sua pele negra
seus colares de astros, seu perfume de segredo
Pôs à mostra sua tatuagem de lua
(noite é mulher e incandescência)
Ah menina, experimenta
Olha a lua tatuada molhando a gente de estrelas lentas
achei, essa bela cancao!
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