terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Livro nascido
Se revistares meu íntimo agora, encontrarás placidez de riacho. Cachos de água penteando a sede da terra. Senta silente às minhas margens e põe os pés nas minhas águas. Vê como é tranquilo e tépido o que sou. Eu amorno os teus pés para te amar. Preciso apenas que roce sobre mim um lençol esvoaçante e branco. Estou extenuada e pálida e há suor na raiz dos meus cabelos. Um lençol que me acarinhe e que eu sangre o sangue repousado da que deu à luz uma saga. Só preciso da carícia de uma cicatrização. E do teu amor. É já que acordo com fome e com o peito cheio de leite. Fecho as páginas desse relato e elas pesam e pingam afetos. Estou extenuada e largada no leito das minhas emoções. Eu me despeço e te desejo vida e azaléas. Nada mais preciso, apenas ser.

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