Comunhão
Eu gosto da idéia de tempo. O tempo que rebenta, cheio de seus cios e de suas urgências. O tempo que se aninha, cálido e menino, no colo dos homens. Deito na relva a minha nudez de homem. Peço que a paisagem descalça me pise o dorso com seus pés de natureza, pés com cheiro de vaca comendo capim. Daqui enxergo ao longe uma cachoeira, lágrima serena pendendo morosa no rosto da paisagem, distanciando-se lenta da sua sobrancelha de arco-íris. Esqueci de olhar no relógio porque a paisagem está me amando. Eu pertenço ao capim, ao meu dorso, às vacas, ao indizível.
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