Flor-poesia
Conheci uma ferida que virou flor
Pois sim, porque as flores têm biografia
Cansou-se de exsudar sua dor
Emigrou em longa viagem
deixou seus invernos, pois queria florir no verão
É que ferida quando quer ser flor é uma teimosia só
Nem que seja no cimento, nem que seja no asfalto
Bem verdade que seus invernos a polinizaram
É que a dor das feridas também poliniza as flores
E chegaram os dias de sol
Ela verteu suas pétalas do seu sendo e abraçou o sol
Exsudou néctar, sangrou perfume
E hasteou-se na tarde entregue ao vento
Como não acreditas na história de minha flor?
Se também te escrevo travestida de lágrima, mas sou poesia
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