Lágrima
Lágrima. Esse espaço de água em que ora sou. Nele velejo-me, eu me enterneço com as ondas do mundo. Olho no espelho o veio de minha lágrima desenhando sentimentos no meu rosto, ingurgitado de mim. Achas que me sei? Qual o que! Quanto mais sei de mim, mais descubro que sou ( , ! ! , ,, ,,,,). Cômica, aporto cotidianamente as minhas naus desbravantes de minhas íntimas águas, e penso que descobri a totalidade de meus mananciais. Não me canso de fazer atoleimadas constatações. Qualquer porto é uma gota que aflui para a vastidão de águas de minha insolubilidade. O mar humano é orlado de seus próprios indelimites. Aportamos apenas ilhotas em dízima periódica que nos iludem a doce (necessária?) ilusão do encontro total. A mim cabe amar minhas naus e aniversariar ilhotas conquistadas. A mim cabe pedir que o tempo e sua maresia me ensinem a navegar. Eu canto uma canção de marujos porque já sei ser cálida.
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